A equipe SAG tem o prazer de trazer a primeira parte da entrevista realizado com Lito Cavalcanti, que vai impressionar a todos os amantes de automobilismo.
Lito Cavalcanti é comentarista do Sportv, um amante pelo automobilismo.
Stop andGo: Como surgiu seu interesse pelo automobilismo?
Lito Cavalcanti: Acho que nasceu comigo. Um dia, em 1962, fui assistir a um treino de uma corrida no circuito de rua da Barra, no Rio de Janeiro. Cheguei lá e a primeira imagem foi a Berlineta do Bird Clemente totalmente de lado, volante virado ao contrário para controlar a derrapagem de traseira, motor berrando. Naquele momento senti que minha vida teria de ser ligada àquilo.
SAG: Quem foi o maior incentivador em sua carreira?
LC: Primeiro, minha mulher, que na época era minha namorada e sempre me deu força para seguir o que meu coração mandasse. Mas quem me puxou para o jornalismo foi o Fernando Calmon, um dos melhores profissionais que conheci, sério e competente. Hoje ele só se dedica à área industrial e econômica, mas foi um dos pioneiros. Devo muito do que sei a ele.
SAG: Como profissional, qual foi sua primeira reportagem no automobilismo?
LC: Foi a cobertura dos Mil Quilômetros do Rio de Janeiro de 1967 para A Gazeta do Ceará. Nem tinha máquina de escrever (na época, computador nem em sonho), tinha de ser manuscrito. E como minha letra era ilegível, minha mulher escreveu tudo que eu ditei. Foi por correio e só foi publicada 15 dias depois. Mas o texto saiu integralmente, sem cortes nem modificações.
SAG: Todo jornalista esportivo às vezes passa pela rádio antes da televisão, com isso você já comentou alguma corrida no rádio? Quais as diferenças entre realizar uma transmissão na rádio para uma na TV?
LC: Já sim, comentei as 500 Milhas de Indianapolis de 1992 para a Eldorado e fiz outras colaborações, mas comentário só foi esse. Na TV é mais rígido, você tem de se ater às imagens; na TV, o vídeo comanda, no rádio é só o áudio.
SAG: Quem são seus ídolos no automobilismo?
LC:Ídolos? Quando você se aproxima dos pilotos, você vê que são humanos, têm qualidades e defeitos como todos. Há muitos que admiro por uma razão ou outra, mas não dá para ter ídolos. Tenho alguns amigos entre eles, mas não muitos.
SAG: Quais os maiores obstáculos que você enfrentou até chegar onde você está?
LC: Nada digno de nota. Um desemprego ou outro, como acontece com 99 por cento dos jornalistas.
SAG: Qual foi a maior realização em sua carreira?
LC: Minha primeira matéria na imprensa estrangeira. Foi em 1978, quando cobri, com texto e fotos, a primeira experiência do Jody Scheckter na Ferrari, sua nova equipe. Foi aqui em Interlagos, e cobri para a Autosport inglesa, da qual sou o correspondente no Brasil desde então, e para a Auto Hebdo, da França, de que fui colaborador por quase 20 anos.
SAG: Como aprendeu o funcionamento dos mais diferentes carros, das mais diferenças categorias?
LC: Apesar de ter me formado em direito, cheguei a estudar Engenharia Operacional, com especialização em Máquinas e Motores, por dois anos. O resto aprendi cobrindo corridas e convivendo com profissionais como o Calmon e o Expedito Marazzi (pai do Gabriel). Trabalhei muitos anos na Auto Esporte, e lá cobria também a parte de indústria, testava carros. Nos fins de semana de corridas, ficava nos boxes conversando com pilotos, mecânicos e engenheiros até de noite. Além de fazer amigos, aprendi o que é e como funciona um carro de competição.
SAG: Quais as qualidades que um profissional necessita para ser um bom comentarista de automobilismo?
LC: Antes de tudo falar português corretamente, o que não significa falar difícil, e sim com simplicidade e clareza para ser entendido. Ter voz clara, boa dicção. E saber do que fala, estar sempre atualizado, ter fontes de informações seguras. Em suma, estudar muito. O que é fácil quando se gosta do assunto.
SAG: Como foi o convite para ingressar na equipe do Sportv?
LC:O Dácio Campos, comentarista de tênis (esporte em que também trabalhei durante muitos anos), sugeriu meu nome para o Manduca Nogueira, filho do mestre Armando Nogueira, que dirigia o SporTV em 1994. Ele me chamou e estou lá até hoje.
SAG: Como é feita a escolha dos narradores para os eventos a motor da Sportv?
LC: Tem uma setorização. O principal é o Sérgio Maurício, que já correu de turismo no Rio de Janeiro, está sempre andando de kart (de corrida mesmo, não indoor) e conhece bem o assunto. Mas como é um narrador brilhante, também faz futebol, judô e principalmente vôlei, esporte que praticou na juventude e que o tem tirado das corridas nos últimos meses. Por isso, o Daniel Pereira vem narrando com mais frequência neste ano. É jovem, mas muito promissor. Seu estilo é trazer emoção para os eventos e promete muito.
SAG: Caso você não fosse comentarista, o que gostaria de estar fazendo?
LC: Nunca pensei nisso, estou muito feliz como comentarista. Gosto do trabalho, gosto do ambiente do SporTV, gosto da estrutura que eles me proporcionam.
SAG: Desde quando você acompanha a Fórmula 1? O que mais chama a sua atenção nessa categoria?
LC: Comecei a acompanhar a F1 em 1964, mas era muito distante. Só tínhamos a Auto Esporte, que cobria bem para os padrões da época, e a 4 Rodas, que dedicava menos espaço. Muito raramente saía uma nota de coluna em jornais. A F1 é o topo do automobilismo, lá estão os melhores pilotos, os melhores engenheiros e a melhor tecnologia. Isso sempre me fascinou, mas reconheço que, hoje, a competição em si anda meio sem graça. Só quem anima as corridas é o Kamui Kobayashi.
SAG: Qual foi a sensação de comentar a primeira corrida da Fórmula 1 de sua carreira? Quando foi e qual etapa?
LC: Ih, foi de incredulidade primeiro e depois de satisfação e orgulho. Foi no começo dos anos 70, na TV Tupi, o Grande Prêmio da Bélgica de 1972, em Nivelles. Adivinha quem ganhou? O Emerson Fittipaldi. Ele largou na pole position, e não me esqueço da cena dos mecânicos da Lotus varrendo a posição dele no grid para toirar a poeira e melhorar a tração do carro na largada. Quem devia comentar era o Calmon, mas eu trabalhava com ele em um programa chamado Grand Prix, que ia ao ar ao vivo às 11 da manhã dos sábados (na época não tinha VT). Como ele estava lá na Bélgica, sobrou para mim. Só voltei à TV em 1989, na Manchete, comentando a penúltima etapa da F3 sul-americana, em Curitiba. O narrador era o ótimo Luiz Carlos Largo, um velho e bom amigo que hoje está na ESPN.
Stop andGo: Como surgiu seu interesse pelo automobilismo?
Lito Cavalcanti: Acho que nasceu comigo. Um dia, em 1962, fui assistir a um treino de uma corrida no circuito de rua da Barra, no Rio de Janeiro. Cheguei lá e a primeira imagem foi a Berlineta do Bird Clemente totalmente de lado, volante virado ao contrário para controlar a derrapagem de traseira, motor berrando. Naquele momento senti que minha vida teria de ser ligada àquilo.
SAG: Quem foi o maior incentivador em sua carreira?
LC: Primeiro, minha mulher, que na época era minha namorada e sempre me deu força para seguir o que meu coração mandasse. Mas quem me puxou para o jornalismo foi o Fernando Calmon, um dos melhores profissionais que conheci, sério e competente. Hoje ele só se dedica à área industrial e econômica, mas foi um dos pioneiros. Devo muito do que sei a ele.
SAG: Como profissional, qual foi sua primeira reportagem no automobilismo?
LC: Foi a cobertura dos Mil Quilômetros do Rio de Janeiro de 1967 para A Gazeta do Ceará. Nem tinha máquina de escrever (na época, computador nem em sonho), tinha de ser manuscrito. E como minha letra era ilegível, minha mulher escreveu tudo que eu ditei. Foi por correio e só foi publicada 15 dias depois. Mas o texto saiu integralmente, sem cortes nem modificações.
SAG: Todo jornalista esportivo às vezes passa pela rádio antes da televisão, com isso você já comentou alguma corrida no rádio? Quais as diferenças entre realizar uma transmissão na rádio para uma na TV?
LC: Já sim, comentei as 500 Milhas de Indianapolis de 1992 para a Eldorado e fiz outras colaborações, mas comentário só foi esse. Na TV é mais rígido, você tem de se ater às imagens; na TV, o vídeo comanda, no rádio é só o áudio.
SAG: Quem são seus ídolos no automobilismo?
LC:Ídolos? Quando você se aproxima dos pilotos, você vê que são humanos, têm qualidades e defeitos como todos. Há muitos que admiro por uma razão ou outra, mas não dá para ter ídolos. Tenho alguns amigos entre eles, mas não muitos.
SAG: Quais os maiores obstáculos que você enfrentou até chegar onde você está?
LC: Nada digno de nota. Um desemprego ou outro, como acontece com 99 por cento dos jornalistas.
SAG: Qual foi a maior realização em sua carreira?
LC: Minha primeira matéria na imprensa estrangeira. Foi em 1978, quando cobri, com texto e fotos, a primeira experiência do Jody Scheckter na Ferrari, sua nova equipe. Foi aqui em Interlagos, e cobri para a Autosport inglesa, da qual sou o correspondente no Brasil desde então, e para a Auto Hebdo, da França, de que fui colaborador por quase 20 anos.
SAG: Como aprendeu o funcionamento dos mais diferentes carros, das mais diferenças categorias?
LC: Apesar de ter me formado em direito, cheguei a estudar Engenharia Operacional, com especialização em Máquinas e Motores, por dois anos. O resto aprendi cobrindo corridas e convivendo com profissionais como o Calmon e o Expedito Marazzi (pai do Gabriel). Trabalhei muitos anos na Auto Esporte, e lá cobria também a parte de indústria, testava carros. Nos fins de semana de corridas, ficava nos boxes conversando com pilotos, mecânicos e engenheiros até de noite. Além de fazer amigos, aprendi o que é e como funciona um carro de competição.
SAG: Quais as qualidades que um profissional necessita para ser um bom comentarista de automobilismo?
LC: Antes de tudo falar português corretamente, o que não significa falar difícil, e sim com simplicidade e clareza para ser entendido. Ter voz clara, boa dicção. E saber do que fala, estar sempre atualizado, ter fontes de informações seguras. Em suma, estudar muito. O que é fácil quando se gosta do assunto.
SAG: Como foi o convite para ingressar na equipe do Sportv?
LC:O Dácio Campos, comentarista de tênis (esporte em que também trabalhei durante muitos anos), sugeriu meu nome para o Manduca Nogueira, filho do mestre Armando Nogueira, que dirigia o SporTV em 1994. Ele me chamou e estou lá até hoje.
SAG: Como é feita a escolha dos narradores para os eventos a motor da Sportv?
LC: Tem uma setorização. O principal é o Sérgio Maurício, que já correu de turismo no Rio de Janeiro, está sempre andando de kart (de corrida mesmo, não indoor) e conhece bem o assunto. Mas como é um narrador brilhante, também faz futebol, judô e principalmente vôlei, esporte que praticou na juventude e que o tem tirado das corridas nos últimos meses. Por isso, o Daniel Pereira vem narrando com mais frequência neste ano. É jovem, mas muito promissor. Seu estilo é trazer emoção para os eventos e promete muito.
SAG: Caso você não fosse comentarista, o que gostaria de estar fazendo?
LC: Nunca pensei nisso, estou muito feliz como comentarista. Gosto do trabalho, gosto do ambiente do SporTV, gosto da estrutura que eles me proporcionam.
SAG: Desde quando você acompanha a Fórmula 1? O que mais chama a sua atenção nessa categoria?
LC: Comecei a acompanhar a F1 em 1964, mas era muito distante. Só tínhamos a Auto Esporte, que cobria bem para os padrões da época, e a 4 Rodas, que dedicava menos espaço. Muito raramente saía uma nota de coluna em jornais. A F1 é o topo do automobilismo, lá estão os melhores pilotos, os melhores engenheiros e a melhor tecnologia. Isso sempre me fascinou, mas reconheço que, hoje, a competição em si anda meio sem graça. Só quem anima as corridas é o Kamui Kobayashi.
SAG: Qual foi a sensação de comentar a primeira corrida da Fórmula 1 de sua carreira? Quando foi e qual etapa?
LC: Ih, foi de incredulidade primeiro e depois de satisfação e orgulho. Foi no começo dos anos 70, na TV Tupi, o Grande Prêmio da Bélgica de 1972, em Nivelles. Adivinha quem ganhou? O Emerson Fittipaldi. Ele largou na pole position, e não me esqueço da cena dos mecânicos da Lotus varrendo a posição dele no grid para toirar a poeira e melhorar a tração do carro na largada. Quem devia comentar era o Calmon, mas eu trabalhava com ele em um programa chamado Grand Prix, que ia ao ar ao vivo às 11 da manhã dos sábados (na época não tinha VT). Como ele estava lá na Bélgica, sobrou para mim. Só voltei à TV em 1989, na Manchete, comentando a penúltima etapa da F3 sul-americana, em Curitiba. O narrador era o ótimo Luiz Carlos Largo, um velho e bom amigo que hoje está na ESPN.
6 comentários:
Boa noite
Nossa show de bola
Q entrevista bacana
Vcs tão com tudo hein
Rogério
Oie
Uauu q fera
Adorei a entrevita
Realmente o Lito é um grande profissional
Puxa bacana mesmo essa entrevista
Guto
Eita
Q irado
Vcs arrebentaram na semana do niver do blog
Q bacana essa entrevista com o Lito
Ai vcs são o máximo
Leandro
Show de bola
O Lito é um dos melhores comentaristas de automobilismo
Adoro os comentários dele
Vcs tão arrebentando
Po muito maneiro a entrevista
Theofilo
Ai galerinha
Parabéns
A entrevista ficou show
Muito fera mesmo
O Lito é dos monstros sobre automobilismo
Ele conhece a fundo mesmo vcs capricharam
Victor Guimaraes
Oie
Uauu q entrevista
Lito com Stop and Go é andar em alta velocidade ultrapassando todos os limites possiveis
Ai perfeita a entrevista
Giuliano Pessanha
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