segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Entrevista de Blogueiro - Ivan Capelli

Ivan Capelli tem 32 anos, gaúcho, jornalista, dono do blog capelli onde comenta tudo
sobre fórmula 1

Stop and Go: Como surgiu a idéia de utilizar o nome do piloto Ivan Capelli como codinome e o
nome do blog?

Ivan Capelli: Foi totalmente aleatório. Embora tenha uma grande simpatia pelo piloto, nunca fui um fã ardoroso dele. Em 2005, fui fazer um cadastro num fórum de automobilismo, o Downforce, e reparei que as pessoas em geral usavam nicknames. Resolvi criar um também e o primeiro nome que veio à cabeça foi o do Capelli, pois eu estava com um livro aberto sobre a mesa justamente com uma foto dele. Achei o nome sonoro e divertido. Como tenho ascendência italiana, achei que tinha a ver comigo.
No fim das contas o nome pegou e deu muito certo, hoje sinto até um certo orgulho de ter, sem querer, inventado um apelido que deu tanta sorte.

SAG: Como surgiu a idéia de fazer um blog sobre automobilismo?

IC: Assim como a escolha do nome, por acaso. No fórum Downforce havia um tópico, chamado “A Foto do Fato”, no qual a turma pegava fotos e colocava nelas legendas engraçadas. Resolvi arriscar fazer as minhas e vi que todo mundo gostava bastante, gerando recordes de acesso àquele tópico. Aí tive a ideia de centralizar tudo num blog, para ficar arquivado. E o blog começou a fazer sucesso, na base do boca a boca, até que fui convidado pelo F1 na Web e, posteriormente, pelo Grande Prêmio para colaborar com os sites.
Depois cansei das charges e resolvi falar mais de curiosidades e fazer análises, o que para minha surpresa deu mais certo ainda.

SAG: Quem foi e quem é o seu ídolo no automobilismo?

IC: Não sou uma pessoa que cultiva ídolos.

SAG: Qual foi o momento mais marcante do blog?

IC: Marcante, ainda que não necessariamente bom, foi o caso do livro do Lemyr Martins. Foi um episódio lamentável num geral, mas para o blog foi bom no sentido de ter comprovado o importante papel que blogs e redes sociais têm.
Para quem não lembra ou sabe, o consagrado jornalista Lemyr Martins publicou um livro o qual a editora divulgava como contendo um material até então inédito, a transcrição das conversas de rádio de Rubens Barrichello com os boxes da Ferrari durante a marmelada do GP da Áustria de 2002. O problema é que aquela conversa não passava de uma galhofa, uma piada antiga que circulava pela Internet, em inglês.
Quando o diário Lance! publicou uma matéria destacando aquela conversa, pulei da cadeira. Era um absurdo e me surpreendeu que não só o Lemyr, como também outros jornalistas, estivessem acreditando naquilo. Assim, fiz uma matéria mostrando o incrível engano e ela teve repercussão nacional.
No dia seguinte, entrevistei o próprio Lemyr Martins e, dois dias depois, Marcelo Duarte, editor do livro, me procurou para me parabenizar pelo bom trabalho jornalístico e para comunicar que a edição estava sendo retirada das livrarias em razão do absurdo engano.
Como jornalista, foi um momento bom, mas lamento muito pelos problemas que isso trouxe a figuras tão respeitáveis como o Lemyr e o Marcelo.

SAG: Em algum momento sentiu vontade de desistir do blog?

IC: Várias... é complicado conciliar um trabalho desses com a vida real. Eu sou casado, tenho família, tenho outro emprego, tenho vida social, não é fácil fazer tudo bem. E o blog começou a fazer sucesso, a cobrança dos leitores é grande quando o material é pouco ou de baixa qualidade, aí dá vontade de largar tudo mesmo.
Mas não adianta, é difícil abandonar algo tão bacana que foi cultivado ao longo dos anos. Assim, busco sempre renovar para que ele continue de pé. É como bicicleta, se parar de pedalar, cai.

SAG: De onde vinha às inspirações para você realizar as charges do Capelli?

IC: Do meu cérebro completamente doentio.

SAG: Em sua opinião quem foram os três melhores pilotos da Fórmula 1 de toda a história? E por quê?

IC: Não vi todos correrem, ao mesmo tempo em que é muito difícil comparar diferentes épocas. Então vou falar do que eu vi. Ayrton Senna, por ter sido o piloto das “vitórias impossíveis”, ainda que um tanto instável. Michael Schumacher, pela incrível longevidade, velocidade e consistência. E Alain Prost, pela frieza e pela velocidade quase imperceptível. A tocada do Prost era uma coisa única, ele parecia lento de tão suave. Mas era rápido pra caramba.

SAG: O que você espera dos pilotos brasileiros na temporada 2010 de Fórmula 1? E você acredita que possa entrar outro piloto brasileiro? Se sim quem?

IC: A temporada 2010 é uma total incógnita, principalmente para os brasileiros. Todos vivem novas realidades: Bruno Senna e Lucas di Grassi estreando em equipes novatas. Felipe Massa encarando Fernando Alonso no mesmo time e ainda em recuperação de um acidente bastante grave. E Rubens Barrichello trocou de equipe, agora com motores novos. Não dá para prever muita coisa. Se pode entrar outro? Acho bem difícil.

SAG: Qual o momento de maior repercussão que o blog teve?

IC: Acho que foi mesmo o caso do livro do Lemyr, como citei antes.

SAG: Você já assistiu alguma vitória brasileira no autódromo de Interlagos? Se sim qual foi a sensação?

IC: Não.

SAG: Caso você fosse dono de uma equipe de Fórmula 1 como você montaria sua equipe (piloto, chassi, motor e pneu de toda história)?

IC: Chamaria o Jean Todt para gerenciar, colocaria a Williams-Renault de 1992 como carro e motor e Ayrton Senna e Michael Schumacher como pilotos. Pneu não importa, poderia até ser de madeira que eles ganhariam tudo do mesmo jeito.

SAG: Qual é o seu piloto brasileiro favorito na Fórmula 1? E por quê?

IC: Acho o Felipe Massa o mais maduro e veloz dos que estão em atividade. Mas não que isso signifique necessariamente uma predileção.

SAG: Qual recado você deixaria para os amantes de automobilismo que acompanham o Blog Stop and Go?

IC: Sei lá... cuidem-se

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