sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Fórmula 1 2009 - Pilotos Brasileiros - parte 3

Por: Fernanda Esteves
Foto: Nelson Piquet na Benetton

Nelson Piquet
Nelson Piquet Souto Mayor, conhecido como Nelson Piquet, sofria a pressão do pai, pois este queria que o filho fosse tenista e não aprovava a carreira de piloto, então, em algumas ocasiões, Piquet correu escondido. No sentido de tentar se esconder de seu pai em algumas provas, no início da carreira Piquet usava o apelido de Piket.
Nelson Piquet consagrou-se campeão na Fórmula 3 inglesa em 1978, quebrando o recorde de Jackie Stewart de maior número de vitórias numa temporada.
A estréia de Nelson Piquet na Fórmula 1 aconteceu em um teste oferecido pela já extinta equipe BS Fabrications, de Bob Sparshott, que tinha um McLaren M23.
Piquet, ainda em 1978, teve sua estréia de fato em uma corrida no Grande Prêmio da Alemanha, em Hockenheimring, com um carro alugado da equipe Ensign, neste mesmo ano, ainda disputou outros três GPs com o McLaren da BS Fabrications. Com o carro da pequena equipe inglesa, abandonou na Holanda e na Áustria, terminando em nono lugar na Itália, corrida em que morreu o piloto sueco Ronnie Peterson.
No GP do Canadá, fez sua estréia pela Brabham, com um terceiro carro da equipe então comandada por Bernie Ecclestone. No ano de 1979, foi confirmado como segundo piloto para a temporada tendo como companheiro o austríaco Niki Lauda, já bicampeão, que abandonou a Fórmula 1 temporariamente antes do fim da temporada.
Foi em 1980, que Piquet chegou obteve sua primeira vitória na categoria no Grande Prêmio do Oeste dos Estados Unidos, no circuito de rua de Long Beach. Bem como conquistou mais duas vitórias, sendo no Grande Prêmio da Holanda, em Zandvoort, e no Grande Prêmio da Itália, em Imola, o que ocasionou a Piquet a disputar diretamente o título com o australiano Alan Jones, da Williams, até a penúltima prova, quando que Piquet teve que abandonar por quebra motor, depois de uma segunda largada, que ocorreu após Piquet e Jones colidirem na largada.
O primeiro título mundial da carreira de Piquet veio somente em 1981, após uma intensa batalha com Carlos Reutemann, vencendo-o por apenas um ponto de diferença, na última etapa, no circuito de Las Vegas, quando Piquet terminou em 5° lugar, enquanto que Reutemann não pontou chegando apenas em 8° lugar.
Muitos fatos marcaram o ano de 1982, o primeiro deles foi a cassada da vitória de Nelson Piquet no Grande Prêmio do Brasil, em Jacarepaguá, pois seu carro estava com peso abaixo do permitido
Um outro fato a ser lembrado foi o boicote ao campeonato realizado por 10 equipes por divergências políticas no Grande Prêmio de San Marino: Brabham, Williams, McLaren, Lotus, Ligier, Arrows, March, Fittipaldi, Theodore e Ensign.
Nesse mesmo ano, o Grande Prêmio do Canadá ficou marcado pela morte do piloto italiano Riccardo Paletti logo na largada, pois não conseguiu desviar da Ferrari do francês Didier Pironi que não partiu.
Em 1983, Piquet, com a Brabham-BMW, chegou no autódromo de Jacarepaguá determinado a vencer, e esquecer de vez a desclassificação do ano anterior. Realizou uma corrida com show de ultrapassagens e conseguiu conquistar sua primeira vitória no GP do Brasil
Um fato muito interessante que ocorreu nesse dia é que pela primeira vez o "Tema da Vitória" foi tocado pela Rede Globo. Pode se dizer que foi um dia memorável e histórico.
Nesse mesmo ano, Piquet consegue seu segundo título mundial na última corrida, o GP da África do Sul, em Kyalami, bem como foi o primeiro campeonato vencido por um carro com motor turbo na Fórmula 1.
Em 1986 Piquet foi para a equipe Williams, na qual desenvolveu junto com seu companheiro de equipe, o inglês Nigel Mansell, o projeto dos motores turbo da Honda.
Na primeira edição do Grande Prêmio da Hungria, Piquet realizou sobre Ayrton Senna a ultrapassagem que muitos consideram como a mais bela de todos os tempos na Fórmula 1, no fim da reta dos boxes, pelo lado de fora de uma curva de 180 graus, escorregando nas quatro rodas.
Nesse ano de 1986, o GP do Brasil ficou marcado na memória dos brasileiros por ter ocorrido uma dobradinha brasileira, com Piquet em primeiro e Senna em segundo, nessa época eles já eram arqui-rivais, mas mesmo assim protagonizaram uma das cenas mais marcantes que já vimos na Fórmula 1, que foi o momento em que os dois seguraram juntos a bandeira brasileira no pódio.
No ano de 1987, as Williams dominaram a temporada, mas logo no início do ano Piquet sofreu um grave acidente em um teste no circuito de Imola, na mesma curva Tamburello que se tornaria famosa pela morte de Ayrton Senna.
Nesse mesmo ano, no circuito de Suzuka, Mansell sofre um forte acidente nos treinos na ânsia de superar o tempo de Piquet, embora não tenha sofrido ferimentos sérios, deixaram-o sem condiçoes de disputar a prova. Com isso, Piquet consagrou-se tricampeão mundial por antecipação.
Em 1990, Piquet assinou contrato com a equipe Benetton, após duas temporadas frustantes na Lotus.
O ano de 1991, no Grande Prêmio do Canadá, ficou marcado para Nelson Piquet, pois foi quando este conquistou sua última vitória na Fórmula 1, e em cima de Mansell.
Somente em 1992, Piquet com 39 anos de idade e 204 GP’s no currículo, decidiu abandonar a categoria máxima do automobilismo após chegar em 4º lugar no chuvoso Grande Prêmio da Austrália, pois encontrava-se insatisfeito com as perspectivas da equipe para a temporada, já que o novo motor Ford Cosworth não era suficientemente potente para deixá-lo em condições de voltar a brigar por títulos.
Nesse mesmo ano, Nelson Piquet decidiu correr as 500 Milhas de Indianápolis, com um Lola-Buick da equipe Menards, destacando-se como o mais rápido entre os estreantes, só que em dos treinos um furo no pneu fez seu carro rodar a toda velocidade na curva 4 se espatifando de frente na mureta de proteçao do circuito. O acidente provocou faturas múltiplas e apesar da reconstituição dos membros inferiores pelo Hospital Metodista de Indianápolis, deixaram várias sequelas obrigando-o a abandonar as categorias de monopostos.
Em 1993, Nelson Piquet voltou a correr a Indianápolis, pela mesma equipe, mas teve que abandonar por problemas de motor.
Desde então, Piquet corre apenas por prazer em alguns eventos como as 24 horas de Le Mans e as 24 horas de Spa-Francorchamps, e em provas de Turismo como a Mil Milhas Brasileiras, que aliás venceu duas vezes, sendo a última em 2006, dividindo um Aston Martin DBR9 com Hélio Castroneves, Christophe Bouchut e Nelson Ângelo Piquet.
À parte as corridas, Nelson Piquet dedicou-se à carreira empresarial, fundando em Brasília a empresa Autotrac, pioneira no país em monitoramento de caminhões de carga, e uma rede de lojas de pneus Pirelli, a Piquet Pneus, que já foi vendida
Em 1995 arrendou o autódromo de Brasília, que leva seu nome, e criou uma categoria de carros esporte-protótipo, com mecânica de Fusca e motores BMW baseada em carros que eram usados em corridas no estado do Ceará, chamada Espron. Com a expiração do arrendamento do autódromo a administração do mesmo foi devolvida ao Governo do Distrito Federal.
Em meados dos anos 2000, Piquet passou a se dedicar principalmente a gerenciar a carreira do filho, Nelson Ângelo Piquet.

Destaques:
Nelson Piquet foi o primeiro brasileiro que se tornou um tri-campeão na Fórmula 1, feito que depois foi igualado por Ayrton Senna.
Durante toda a sua carreira na Fórmula 1 participou de 9872 voltas, obteve 60 pódios, 23 vitórias, 23 melhores voltas, bem como totalizou 24 pole positions.

Foto retirada do link http://speedracing.50webs.com/raridades/r_benetton_nelson_piquet.jpg

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